Quando ocorre a necessidade de remoção de sais dissolvidos na água com carga catiônica e aniônica para algum sistema ou processo industrial. Por exemplo, para uma caldeira que necessite desse tipo de qualidade de água, logo vem na cabeça um sistema de Osmose Reversa ou um sistema de Desmineralização e a primeira pergunta feita é.
Qual devo utilizar?
Muitas vezes essa pergunta é feita por e-mail ou por telefone, e as pessoas querem que a resposta seja imediata, ocorre que essa não é uma resposta fácil e nunca será respondida rapidamente sem uma avaliação completa das necessidades, possibilidades e custo-benefício.
Tanto o sistema de Desmineralização ou o sistema de Osmose Reversa tem limitantes referentes a água de alimentação, pode ocorrer a necessidade de alguns pré tratamentos adicionais dependendo da qualidade de água que tem disponível para alimentar o sistema.
Alguns pontos que devem ser avaliados para definição da tecnologia por exemplo, vazão, salinidade, disponibilidade de descarte de efluente, entre outros.
Imagine que em uma indústria temos dois cenários:
Cenário 1: Vazão baixa com salinidade alta, pode ser difícil trabalhar com resina de troca iônica.
Cenário 2: Vazão baixa com salinidade baixa, uma osmose reversa pode não ser a melhor opção.
Isso apenas em dois cenários, mas em uma avaliação, vários cenários adicionais são avaliados.
Sabemos que no sistema de desmineralização é utilizado Ácidos e Hidróxido de Sódio para as regenerações e isso dependerá de estrutura para receber esse efluente gerado, aí vem mais perguntas, como:
- Tem espaço para estrutura dos tanques de insumos e diques de contenção?
- Tem CAPEX provisionado para a construção de obra civil para a caixa de neutralização, tanques com diques de contenção?
- Tem OPEX provisionado para o custo dos insumos (Ácido e Hidróxido de Sódio)?
E por aí vai, agora vamos pensar na Osmose Reversa, que tem menos necessidade do que os itens citados anteriormente, pois por ser um sistema por membrana e não necessita de insumos para regeneração constante (somente para limpezas químicas), porém tem outros limitantes, por exemplo, a recuperação média atual é de 75%, já tem tecnologias com recuperação maior, mas essa é ainda a referência atual ou seja 25% de água alimentada ao sistema será concentrada e rejeitada, ai deve-se perguntar, se tem lugar para aproveitar essa água ou se é viável devido ao custo dessa água descartada, dependendo da dureza que alimenta o sistema poderá ocorrer a necessidade de investimento em um Abrandador por resina ou Nano Filtração, aí uma nova pergunta. Qual custo adicional para esse sistema de pré-tratamento adicional.
Citamos apenas alguns itens, claro que tem muito mais, porém o artigo ficaria muito grande e no final a resposta seria a mesma quando ocorrer a pergunta sobre qual sistema devo escolher.
A Resposta será. Precisamos avaliar com calma todas as possibilidades antes de definir.