O tratamento de água da caldeira é um assunto muito sério, sabemos que a caldeira é o considerada o coração de muitas indústrias, pois o vapor gerado é quem possibilita que uma série de reações ocorram adequadamente no processo produtivo.
O controle do tratamento de água deve ser rígido e o mais frequente possível, sabemos que em muitos casos a alta frequência de análise não é possível pois demanda de estrutura laboratorial para muitas das análises, além de pessoal especializado para executar todas as análises necessárias, como por exemplo, Alcalinidade, Sílica, Dureza total, Cloretos, Ferro entre outros.
Algumas das análises como pH e Condutividade são extremamente simples e rápidas de fazer e essas duas análises nos indicam muito sobre o estado da qualidade da água da caldeira.
Por necessitar apenas de sensores para efetuar essas duas análises, elas podem ser feitas de forma online, com equipamentos instalados nos pontos de amostragem da caldeira ou a indústria pode ter equipamentos portáteis que podem ficar no próprio setor da caldeira e o próprio operador pode fazer esse monitoramento com frequência, por exemplo uma ou duas vezes no turno, ao invés de esperar uma análise por dia feita pela equipe do laboratório ou até mesmo esperar uma semana para que a empresa tratadora de água venha coletar as amostras e fazer as análises.
Ok, mas o que o pH e a Condutividade vai nos ajudar no monitoramento de turno ou diário?
Entenda que a condutividade é proporcional a quantidade de sais dissolvidos na água do sistema, ou seja, se a salinidade do sistema aumenta, a condutividade aumenta também.
Se já temos um parâmetro de condutividade para um determinado sistema de geração de vapor, por exemplo, se está determinado que para aquela caldeira de baixa pressão a faixa de controle de condutividade é de mínimo de 1500 uS/cm e máxima de 2000 uS/cm e na média o sistema opera dentro dessa faixa de controle. Se o operador coletor uma amostra durante o turno e efetuar a medição e o resultado foi que a condutividade está 3000 uS/cm, já dá para entender que a salinidade está alta, podendo trazer problemas para a caldeira e da mesma forma se efetuar a medição e a condutividade estiver abaixo, com 1000 uS/cm, por exemplo, o operador já entenderá que tem algo errado que está descartando mais água do que o necessário, impactando nos custos de água e combustível para a empresa.
Após identificar, certamente já irá tomar ações preventivas e corretivas para o sistema voltar a faixa de controle, isso de forma rápida e eficiente.
Na análise de condutividade não dá para saber quais itens estão ultrapassando o limite de solubilidade, se é Dureza, Cloretos ou outro sólido dissolvido, mas já dá para tomar ações de imediato, sem ter que esperar a equipe do laboratório ou a empresa tratadora de água fazer visita, analisar e gerar um laudo para correção.
O mesmo ocorre para o pH, sabendo a faixa de controle determinada para o sistema é de 10,5 a 11,5 por exemplo, e tendo uma média do que é normal para a operação do sistema, se em uma amostragem o resultado da análise de pH for 12,5 ou um pH de 4,5, a ação corretiva poderá ser imediata, inclusive já iniciando investigação do motivo das alterações do sistema, podendo ser uma contaminação do processo por exemplo ou uma contaminação da água de alimentação, um desvio na regeneração do sistema de desmineralização que pode ter contaminado o tanque de alimentação da caldeira, por exemplo.
Por isso sempre afirmo para todas as empresas que efetuo visitas de consultorias técnicas. Tenha no mínimo um condutivímetro e um pHmetro no seu setor da caldeira.